Londres 2012 - Uma experiência única

Como todos vocês sabem, destinei toda minha vida ao esporte, inicialmente como atleta, depois como torcedor curioso e estudioso e agora como médico do esporte.

 Filosofia Olímpica de vida

Herdada dos Jogos Olímpicos da Grécia Antiga, a filosofia utiliza o esporte como instrumento para a promoção da paz, da união, e do respeito por regras, e adversários.  As diferenças culturais, étnicas e religiosas são de grande importância nesta forma de pensar baseada na combinação entre esporte, cultura e meio ambiente.

O objetivo dos Jogos Olímpicos é contribuir na construção de um mundo melhor, sem qualquer tipo de discriminação, e assegurar a prática esportiva como um direito de todos.

A educação, a integração cultural e a busca pela excelência através do esporte são ideais a serem alcançados. O Olimpismo tem como princípios a amizade, a compreensão mútua, a igualdade, a solidariedade e o “fair play” (jogo limpo). Mais que uma filosofia esportiva, o Olimpismo é uma filosofia de vida. A ideia é que a prática destes valores ultrapasse as fronteiras das arenas esportivas e influencie a vida de todos.

Os símbolos olímpicos refletem os ideais do Olimpismo. Os cinco aros interligados sobre um fundo branco, nas cores azul, amarela, preta, verde e vermelha representam a união dos cinco continentes. É a principal representação gráfica dos Jogos Olímpicos e a marca do próprio Comitê Olímpico Internacional (COI).

O lema Citius, Altius, Fortius – “o mais Rápido, o mais Alto, o mais Forte” – serve como lema do ideal olímpico e resume a postura que um atleta precisa ter para alcançar seus objetivos. Sua essência está na superação dos limites.

A tocha é o elo entre os Jogos da Antiguidade e os Jogos da Era Moderna. O fogo sagrado, tido como elemento purificador, anuncia o começo dos Jogos e convoca o mundo a celebrá-los em paz. A cada edição, a cidade-sede cria a sua própria Tocha, que ganha novos desenhos e formas, de acordo com a cultura do país sede.

Lembrança pra toda a vida

Desde quando estava na faculdade de Medicina, a cada 4 anos uma pergunta vinha a minha cabeça: “Quem são os médicos que cuidam da saúde dos atletas do Brasil durante os Jogos Olímpicos?”

Nunca tive essa resposta, e criei um objetivo claro na minha vida: Participar dos Jogos Olímpicos e ser um dos médicos do Brasil.

A oportunidade chegou antes do previsto e embarquei rumo a Londres com a missão de fazer um grande trabalho, fazer da Vila Olímpica a minha casa por 28 dias. E o fiz.

Trabalhei com afinco, estive disponível por todo tempo durante todos os dias da missão e cumpri a promessa que fiz aos meus pais: “Não estou indo a Londres, estou indo à Olimpíada”.

Foi uma experiência única, inesquecível e maravilhosa, onde tive a oportunidade de conviver e trabalhar com profissionais altamente gabaritados, cruzar com os melhores atletas do mundo, trocar experiências com médicos das diversas delegações e conhecer o que há de mais moderno em termos de tratamento, prevenção e recuperação dos atletas de alta performance.

A Vila, o refeitório, a Policlínica, o Parque Olímpico, os Estádios e Ginásios, as histórias contadas … São lembranças que jamais esquecerei na vida.

 

Ir almoçar e ver Michael Phelps andando tranquilamente e solitário, a poucas horas de se tornar o maior medalhista da história dos Jogos Olímpicos, por exemplo, é uma imagem que meses atrás seria pouco provável de imaginar que eu iria presenciar; ou então estar no Departamento Médico, assistindo a dramática vitória da equipe de vôlei feminino do Brasil sobre a Rússia e em poucos minutos ver as atletas adentrando o consultório em busca de tratamento ou massagem e poder dizer parabéns praticamente em tempo integral.

Presenciar Usain Bolt cruzar a linha de chegada e se consagrar como astro maior dos jogos, ou ver Arthur Zanetti brilhar e ganhar o ouro nas argolas, ou ver as estrelas do Dream Team voando e confirmando todo seu favoritismo …. serão difíceis de esquecer.

Conversar, trocar experiências, cuidar, orientar, participar, torcer, se emocionar, aprender, e principalmente “fazer amigos”… Isso são os Jogos Olímpicos … E daqui a 4 anos tem mais, e agora será no Brasil, aqui no Rio de Janeiro! Até lá.

Obrigado pela torcida.

Rodrigo Góes

O Menisco - Da Avaliação e Lesão ao Transplante

A obra tem como público-alvo estudantes, residentes, ortopedistas e especialistas que buscam maior conhecimento sobre o menisco, sendo uma valiosa fonte de consulta, baseada na literatura científica atual e na experiência clínica dos autores convidados.